O Gilteritinibe é um medicamento disponível em comprimidos de 40 mg para administração via oral. Utiliza-se este medicamento para tratar leucemias mielóides agudas, com mutação no gene FLT3 e é administrado a pacientes cuja doença tenha voltado ou não tenha melhorado após tratamento prévio.
A mutação no gene FLT3 é a mais comum na leucemia mielóide aguda (LMA), e cerca de ⅓ dos pacientes apresentam esse gene alterado. A presença dessa mutação pode significar um pior prognóstico e uma maior possibilidade de recidiva, mas também permite um tratamento específico e diferenciado.
E como funciona o Gilteritinibe? Deixa eu te explicar
Gilteritinibe pertence a uma classe de medicamentos chamada inibidores das proteínas quinases. Na leucemia mielóide aguda, os pacientes desenvolvem um grande número de células sanguíneas anormais. Este medicamento atua bloqueando a ação de algumas proteínas quinases que expressam FLT3, necessárias para a multiplicação e crescimento dessas células anormais, impedindo, assim, o crescimento do câncer.
#Dica de farmacêutico!
Se você iniciou o tratamento com Gilteritinibe e está apresentando sintomas como febre, dificuldade de respirar, erupção na pele, tontura, vertigem, aumento rápido de peso e inchaço dos braços ou pernas, comunique imediatamente ao seu médico. Esses podem ser sinais de uma condição chamada síndrome de diferenciação e, caso não seja tratada a tempo, pode ser fatal. Fique atento!
Síndrome de diferenciação: é o efeito colateral mais importante do Gilteritinibe e ocorre quando as células leucêmicas liberam determinados produtos químicos para o sangue. Assim, é mais frequente durante o primeiro ciclo de tratamento e em pacientes com elevada taxa de glóbulos brancos.
Agora, vamos tirar as dúvidas mais frequentes que recebemos dos nossos pacientes sobre a Gilteritinibe.
1) Comecei o tratamento com Gilteritinibe há 3 meses. Hoje acordei com uma dor intensa na parte superior do abdomen e nas costas, náusea e vômito. Pode ter relação com esse medicamento que estou tomando?
Sim. Estes podem ser sinais de uma pancreatite, que é a inflamação do pâncreas. Comunique ao seu médico para que ele avalie a necessidade de interrupção do tratamento. Normalmente, retoma-se o tratamento, em dose reduzida, quando os sinais e sintomas da pancreatite desaparecem.
2) Comecei a sentir palpitações e cansaço extremo após o início do tratamento com Gilteritinibe. Como proceder?
Você pode estar apresentando uma condição chamada síndrome do intervalo QT prolongado. Assim, converse com o seu médico. Ele pode solicitar exames cardiológicos para melhor avaliação e, caso seja constate-se o prolongamento do intervalo QT, o seu tratamento deve ser interrompido ou ajustado.
*Intervalo QT: medida de tempo que representa a duração completa da contração e relaxamento do coração, durante uma batida cardíaca.
3) Estou tratando a leucemia mielóide aguda com o medicamento Gilteritinibe. Qual o tempo previsto de tratamento?
Realiza-se o tratamento com Gilteritinibe até que o paciente não esteja mais sendo clinicamente beneficiado pelo medicamento ou até que ocorra toxicidade inaceitável.
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