Medicamentos injetáveis: cuidados necessários

O que são Medicamentos Injetáveis

Como o nome automaticamente sugere, os medicamentos injetáveis são aqueles ministrados via injeção. Esta pode ser aplicada em diversas regiões: intramuscular, intravenosa, subcutânea, subdural (sob o crânio), intraperitoneal, dentre outras possibilidades. Alguns bastante comuns são a morfina, o diclofenaco e alguns anticoncepcionais.

Tal modalidade é particularmente indicada nas situações em que a assimilação do fármaco deve acontecer mais rapidamente, o que inviabilizaria a administração oral. Em tratamentos para a dor, por exemplo, percebe-se o efeito atenuante dos sintomas quase imediatamente.

Regra dos 9 certos

Para que tenhamos certeza de que os fármacos aspirados pelo paciente tenham a eficiência devida, independente da via de administração, algumas checagens devem ser realizadas. No jargão da enfermagem, estas costumam ser denominados por regra dos 9 certos. Enunciamo-las abaixo:

  • Medicação certa
  • Paciente certo
  • Dose certa
  • Via certa
  • Horário certo
  • Registro certo (documentar os procedimentos executados no tratamento do paciente)
  • Ação certa (informar adequadamente o paciente dos efeitos do medicamento)
  • Forma farmacêutica certa (verificar se o paciente tem condições de tomar o medicamento)
  • Monitoramento certo (observar as reações do paciente medicado)

Observar cada um desses aspectos dará ao paciente e aos profissionais encarregados a garantia de que o tratamento está sendo adequadamente seguido, garantindo assim o bem-estar do paciente. Em seguida, vamos especificar o caso dos medicamentos injetáveis e ir além da lista acima, esmiuçando os pontos de maior atenção desse procedimento.

Cuidados ao administrar medicamentos injetáveis

Assim como havíamos adiantado acima, uma vez que o procedimento de aplicação do medicamento injetável é ligeiramente mais complexo que outras vias mais comuns, alguns cuidados devem ser observados, a fim de garantir a absorção adequada do fármaco e evitar possíveis efeitos indesejáveis advindos de uma má execução ao ministrar o medicamento.

O mais fundamental deles é receber a medicação apenas por um profissional com treinamento para tal. Assim como, o frasco deve ter sua tampa higienizada antes de ser aberto, assim como as mãos do profissional. Além disso, um detalhe que parece simples, mas que é importante observar é a verificação de que o medicamento a ser ministrado pode, de fato, ter sua aplicação por injeção. Por fim, é importante que o funcionário siga as determinações feitas pelo fabricante , conforme prescrito na bula do medicamento.

Dimensões da agulha para medicamentos injetáveis

Um outro aspecto diz respeito às dimensões da agulha. Aquelas com a razão comprimento-calibre dadas por 30×8 ou 25×8 são as mais indicadas, pois aquelas mais longas ou grossas (por exemplo, as de 40×12) podem danificar a rolha do medicamento. A diluição do medicamento também precisa ser feita com a devida atenção. Normalmente, usa-se água estéril, glicose 5% e cloreto de sódio 0,9% (as porcentagens dizem respeito à concentração do soluto na substância), mas deve-se seguir as especificações do fabricante. Devemos também verificar se as demais especificações, como as de coloração e de conservação, por exemplo. Medicamentos contendo fragmentos de vidro ou de rolha, ou contendo elementos de precipitados, descarte-os diretamente. Havendo alguma incerteza, deve-se entrar em contato com o laboratório produtor do medicamento, para dirimir quaisquer dúvidas.

Além disso, deve-se observar a velocidade com a qual o medicamento é injetado no paciente. Como cada medicamento tem um determinado tempo de injeção, deve-se respeitar o tempo indicado pela bula, ou pode-se perder a eficiência do medicamento.

Termos da bula que geram confusão

É importante destacarmos dois termos que costumam figurar em bulas de medicamentos injetáveis, que frequentemente geram confusão naqueles que as leem: reconstituição e diluição. Ou seja, quando falamos de reconstituição, queremos descrever o ato de converter o medicamento para seu estado físico original, que é o líquido. Isso se dá, em geral, adicionando água estéril no frasco que contém o pó do fármaco.

Quanto à diluição, esta diz respeito ao aumento de concentração de soluto em alguma mistura já presente na forma líquida. Isso acontece, normalmente, adicionando glicose 5% ou cloreto de sódio 0,9%, assim como mencionamos anteriormente. Apesar das diretrizes padrão que citamos, ambos os processos devem ser feitos em conformidade com as recomendações do laboratório fabricante do medicamento.  

Aplicação de medicamentos injetáveis

Em qualquer injeção, limpe a área de aplicação com álcool 70%, introduza profundamente a agulha no local escolhido e verifique se a agulha não atingiu nenhum nenhum vaso sanguíneo. Isso pode ser feito puxando levemente o êmbolo da seringa para trás e verificando o conteúdo da seringa. Havendo sangue nela, deve-se retirar a agulha e aplicar a injeção mais uma vez em outra região, tomando o cuidado de não atingir nenhum outro vaso. Uma vez observada essa restrição, aplica-se lentamente a injeção lentamente e faz-se pressão sob o local da perfuração da agulha com um algodão, a fim de evitar hematomas.

De toda forma, é possível que um hematoma se forme na região da aplicação, mas ele sumirá dentro de pouco tempo. Caso haja inchaço, dor excessiva ou vermelhidão, é conveniente buscar um médico. Para injeções intramusculares, as regiões de aplicação mais frequentes são a face lateral externa da coxa e o quadrante superior externo da coxa.

O que fazer em caso de dores

Em casos em que o paciente sente forte dor no ato da aplicação, interrompa o procedimento. De um modo geral, é possível que o paciente sinta dor após a aplicação. No caso de vacinas, é comum a ocorrência de vermelhidão e dor e, para aplacar tais sintomas, pode-se aplicar uma compressa fria no local, sem usar gelo. Para outros tipos de medicamento, o uso de compressas pode acelerar ou atrasar o efeito dos princípios ativos, por essa razão, seu uso só poderá ser feito com a devida indicação da possibilidade na bula do medicamento ou por um profissional especializado.   

Assim como no caso de compressas, o uso de pomadas, não se recomenda o uso de cremes ou substâncias de uso tópico para tratar os efeitos na pele de uma injeção. Quando a substância possui componentes vasodilatadores, pode-se acelerar a absorção do medicamento, o que não é desejável em geral.

Sendo assim, após receber um medicamento injetável, é importante observar os sintomas e verificar se os efeitos esperados estão sendo observados, além do cuidado com a região próxima à picada. Verificando esses detalhes, assegura-se o bom encaminhamento do tratamento e tranquiliza-se o paciente ao longo do processo.

Farmácia Clínica

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Referências

https://www.acpbrasil.com/blog/2020-02-02-os-9-certos-da-enfermagem/

https://www.ibes.med.br/cuidados-na-administracao-de-medicamentos/

https://www.aplicarconteudosaude.com.br/injetaveis/orientacoes-e-cuidados-posteriores-a-aplicacao-de-injetaveis/

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