Saiba mais sobre o Metotrexato

O que é?

O metotrexato (MTX) é um medicamento imunomodulador, isto é, uma substância que atenua o sistema imunológico de quem a ingere. De maneira específica, o fármaco atua inibindo a metabolização do ácido fólico, popularmente conhecido como vitamina B9. Essa vitamina é fundamental para a formação de glóbulos brancos, células responsáveis pela manutenção do sistema imunológico. Dessa forma, desacelerar a produção de ácido fólico ajuda a controlar a resposta imunológica do organismo.

Apresentações

A medicação é encontrada na forma de comprimidos ou de solução injetável, podendo ser administrado de modo oral, intramuscular, intravenosa, subcutânea e intratecal (injeção feita no canal espinhal para acessa o líquido cefalorraquidiano, o fluido biológico que circula o cérebro e a medula espinhal). Em quadros de câncer, o medicamento pode ser utilizado, sobretudo em sua forma injetável, para tratamentos de quimioterapia antineoplásica.

Destacamos, entre as indicações de natureza oncológica, as neoplasias trofoblásticas gestacionais, leucemias linfocíticas agudas, câncer pulmonar de células pequenas, câncer de cabeça e pescoço, osteossarcoma, tratamento de profilaxia de linfoma ou leucemia meníngea, linfomas não-Hodgkin e linfoma de Burkitt.

Ele também é indicado para o tratamento da artrite reumatoide e da psoríase grave, em quadros em que não há resposta do paciente a outros tratamentos. Além dessas duas últimas, outras doenças autoimunes são tratadas com o medicamento em uso off label, como a doença de Crohn, a espondilite anquilosante e a dermatomiosite. O caráter imunodepressor torna a substância adequada também para o tratamento de pessoas com órgãos transplantados, evitando a rejeição do corpo implantado.

A atuação do medicamento

Descrevendo um pouco mais a atuação do metotrexato, na artrite reumatoide, ele atua no sistema imunológico, diminuindo as inflamações, com efeito notado a partir da terceira semana de tratamento. Na psoríase, o metatrexato age de maneira citotóxica, diminuindo a proliferação e a inflamação de células da pele, com efeito notado entre a primeira e quarta semanas de tratamento.

Histórico do medicamento

O metotrexato foi descoberto nos anos 40 do século XX, quando o médico Sidney Farber investigava os efeitos do ácido fólico em crianças com leucemia aguda. Ele percebeu que a anemia perniciosa, uma doença autoimune que induz a multiplicação exagerada de glóbulos vermelhos na medula óssea, piorava quando os pacientes ingeriam ácido fólico. Então, o doutor Farber deduziu que controlar as taxas de vitamina B9 em crianças leucêmicas poderia amenizar o quadro clínico delas. O médico pediu para o colega Y. SubbaRow, à época diretor da Divisão de pesquisas dos Laboratórios Lederle,  sintetizar uma substância que inibisse a vitamina B9, e ele acabou por produzir o metotrexato.

O composto foi ministrado a um grupo de crianças com leucemia, e nesses pacientes foi percebida uma remissão temporária da doença. Tal fenômeno foi divulgado no New England Journal of Medicine, em 3 de junho de 1948. Cinco anos mais tarde, o FDA (Food and Drug Administration, órgão americano semelhante à ANVISA) aprovou a utilização do metotrexato como droga oncológica.

Em 1951, pesquisas conduzidas pelo grupo de Jane C. Wright buscavam compreender as consequências do MTX em pacientes com câncer de mama. Em 1956, o time liderado por Min Chiu Li relatou a remissão completa de tumores em mulheres tratadas com MTX.

Considerando a propriedade imunossupressora do MTX, pesquisadores realizaram diversos experimentos que tencionavam entender o impacto terapêutico do princípio ativo em doenças autoimunes. Em 1951, Gubner publicou o sucesso do uso do MTX no tratamento de seis pacientes com psoríase e artrite reumatoide. Todavia, até 1980, a literatura científica relativa à eficácia do fármaco em doenças autoimunes era bastante rara, especialmente porque estas enfermidades eram tratadas com corticoesteroides. Contudo, a partir de 1980, diversos estudos foram publicados evidenciando a eficácia do MTX no tratamento de artrite reumatoide e de psoríase. Hoje, tais medicamentos tornaram-se fármacos populares para o tratamento dessas doenças.  

Efeitos adversos do medicamento

Diversos efeitos colaterais podem ser observados em pacientes que ingerem MTX, dado o alto grau de toxicidade da substância. Entre eles, destacamos anemia, dor de cabeça intensa, neutropenia (baixa concentração de neutrófilos no sangue), risco aumentado de equimose (sangramento do tecido subcutâneo), diarreia, dermatite e vômitos. Há ainda um baixo risco de desenvolvimento de hepatite e um risco aumentoado de fibrose pulmonar (doença crônica e progressiva que causa engrossamento do tecido pulmonar). A literatura médica relata ainda reações do sistema nervoso central ao medicamento, especialmente se este é ministrado por via intratecal. Tais efeitos ocorrem devido à deficiência de folato (forma ativa do ácido fólico no organismo) causada pelo medicamento.

Dada a extensa lista de efeitos colaterais, é de extrema importância receber a indicação de um profissional da saúde habilitado para o uso do medicamento, bem como mantê-lo ciente dos possíveis efeitos adversos que a substância venha a causar.

Vale lembrar que todos os efeitos são facilmente reversíveis se forem detectados desde o início. Em determinadas situações, a gravidade ou intensidade dos efeitos colaterais pode levar o paciente a interromper o tratamento com o metotrexato. Para evitar essa situação indesejável, pode ser interessante fazer a suplementação de pequenas doses de ácido fólico, também com a devida prescrição médica, para atenuar os possíveis efeitos adversos e manter o tratamento. Convém ressaltar que uma dosagem além do adequado de vitamina B9 antagonizaria com o efeito do MTX.

Contraindicações

O medicamento é especialmente contraindicado nos casos em que o paciente possui alergia ao metotrexato ou à qualquer outra substância da formulação. Além disso, também não é recomendado para grávidas, lactantes, pessoas com problemas imunológicos, pessoas com graves disfunções hepáticas ou renais e pessoas com alterações na contagem de células sanguíneas.

Armazenamento e descarte

Vale ressaltar que, uma vez aberto o frasco, é necessário descartar o frasco e o conteúdo não utilizado do remédio. De fato, o remédio não possui conservantes em sua composição, tampouco há qualquer diretriz científica que o remédio pode ser utilizado após ter o frasco aberto, esteja refrigerado ou não. Dessa forma, torna-se inviável a utilização do conteúdo restante do frasco. Assim como com todos os medicamentos, faz-se necessário efetuar um descarte responsável do medicamento, evitando a contaminação do próprio paciente, de terceiros ou do meio ambiente. Dado que o fármaco tem efeito citotóxico e alto potencial de efeitos adversos, é ainda mais importante garantir um destino adequado para o frasco e as eventuais sobras do medicamento.

Você encontra esse medicamento na AVFARMA

Acesse a nossa farmácia online e peça o Metotrexato no conforto da sua casa através do nosso site e tenha um atendimento consultivo. Além disso, após receber o seu medicamento você poderá agendar um atendimento com nossos farmacêuticos clínicos que poderão tirar todas as dúvidas sobre o seu tratamento.

Referências:

https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/9011/BARBISAN%2C%20FERNANDA.pdf?sequence=1&isAllowed=y
https://www.tuasaude.com/metotrexato/#:~:text=O%20metotrexato%20em%20comprimidos%20%C3%A9,para%20o%20tratamento%20do%20c%C3%A2ncer.
https://consultaremedios.com.br/metotrexato/bula

Compartilhe esse conteúdo