Uso de imunossupressores no transplante de órgãos

Histórico

O transplante é um processo cirúrgico em que um órgão de um paciente é substituído por um órgão saudável de um doador vivo ou morto. O primeiro transplante bem-sucedido foi feito em 23 de dezembro de 1954 entre dois gêmeos. No pós-operatório do transplante renal, o novo órgão se adaptou rapidamente ao novo corpo, melhorando significativamente o metabolismo renal e a saúde do paciente. 

Desde então, diversas técnicas de transplantes de vários órgãos foram desenvolvidas e implementadas. Nos anos 70, com a descoberta do componente imunossupressor ciclosporina, a taxa de sucesso dos transplantes cresceu e vários órgãos como rins, coração e medula óssea puderam ser transplantados, gerando mais qualidade de vida para quem possivelmente tivesse problemas nesses órgãos. Atualmente, alguns outros órgãos, tais como pulmões e pâncreas também passaram a ser transplantados.

Indicações

Por ser um procedimento bastante complexo, o transplante é realizado em pacientes cujos quadros clínicos são irreversíveis, e não há qualquer outro tratamento para restabelecer o bom funcionamento daquela parte do corpo. Além disso, diversos trâmites precisam ser observados a fim de encontrar a compatibilidade entre doador e receptor e dar ao paciente o acesso a esse tratamento.

Como se tornar um doador

Para uma pessoa doar órgãos estando viva, ela precisa ter boa saúde e garantir que a doação não comprometerá sua qualidade de vida. Também precisa ter capacidade jurídica, uma vez que doações sempre ocorrem mediante autorização judicial. Uma pessoa viva pode doar um dos rins, parte do fígado, da medula e dos pulmões. Há também os doadores mortos; estes geralmente sofrem morte encefálica, e mantém todos os seus órgãos em funcionamento, exceto os que se relacionam com o sistema nervoso. A autorização da família é imprescindível para consolidar a doação. Esse tipo de doador pode salvar até oito pacientes, cedendo, por exemplo, rins, coração, pulmão, pâncreas, fígado e intestino.

Uma vez concedida a autorização para a doação, diversos exames são feitos para avaliar criteriosamente a saúde do potencial doador; entre eles, exames checando a presença de anticorpos do HIV, hepatite B e C, HTLV, e avaliação geral de fígado e rins. Uma vez atestado a viabilidade do órgão, o doador é direcionado para a cirurgia de retirada de órgãos. Pela Lei n° 9.434/1997, a restituição do corpo após a retirada dos órgãos a serem doados é garantida, esteja o doador vivo ou não. Não há qualquer custo para quem doa, assim como não há compensação financeira ou material.

Quando a doação é efetivada, a Central de Transplantes do Estado (CTE) é avisada e repassa a informação para uma Organização de Procura de Órgão (OPO) da região. A OPO vai ao hospital e avalia os órgãos doados, bem como a sorologia e a compatibilidade com receptores em potencial. Uma vez feita a análise, a OPO informa a CTE, que libera uma lista de receptores inscritos na fila de órgãos compatíveis com o doador em questão. A CTE, por sua vez, repassa a informação à equipe de transplante e ao paciente nomeado. A decisão final sobre a utilização dos órgãos doados cabe à equipe médica responsável.

A fila de doação de órgãos tem ordem cronológica de inscrição, sendo esse um dos aspectos levados em consideração para definir a ordem dos pacientes receptores. Existem ainda outros critérios a serem observados; entre eles, a gravidade e a compatibilidade com o doador. Esses critérios podem inclusive depender dos órgãos a serem doados.

Os riscos de um transplante

Existem riscos naturalmente decorrentes após um transplante: dentre eles, infecções no local da cirurgia ou no trato urinário, pneumonia e infecções oportunistas, que atingem indivíduos imunodeprimidos. Dessa forma, é recomendável para pacientes transplantados que tomem remédios antimicrobianos após a cirurgia, pra evitar as infecções.

Um outro risco inerente ao processo é a rejeição do organismo a um órgão transplantado. Essa é uma séria dificuldade do processo de transplante. De fato, o sistema imunológico nos defende contra infecções e qualquer tipo de corpo estranho presente no organismo. O órgão novo no organismo pode, geralmente, ser interpretado como um “corpo estranho”, e ser atacado pelas células componentes do sistema imunológico.

Rejeição pós transplante e a importância dos imunossupressores

Para diminuir essa indesejada resposta do corpo humano, os medicamentos imunossupressores desempenham um papel fundamental. Tais remédios atuam reduzindo a ativação ou a eficácia dos elementos desse “sistema protetor” do corpo, garantindo que o órgão transplantado não será rejeitado e melhorando a qualidade de vida do paciente. Como o risco de rejeição é maior nos três meses após o transplante, a terapia é, geralmente, intensa no seu início e, posteriormente, é atenuada a um grau de manutenção entre 6 e 12 meses.

Existem diversas categorias de imunossupressores, com destaque atualmente para os seguintes:

  • Glicocorticoides (esteroides) como prednisona e hidrocortisona: atuam como anti-inflamatórios, diminuindo a produção de anticorpos e inibem a formação do complexo antígeno-anticorpo;
  • Inibidores da calcineurina como a ciclosporina e tracolimo: atuam inibindo a Interleucina 2 (IL-2) ativadora os linfócitos T;
  • Inibidores da síntese de linfócitos, como Micofenolato mofetil e azatioprina;
  • Inibidor da C5 como eculizumab;
  • Inibidor da protease como bortezomib.

Na década de 50, a cortisona começou a ser usada em transplantes, dadas as suas propriedades imunossupressoras. Em 1959, a azatioprina foi descoberta e, na década de 70, a ciclosporina. Esse último composto permitiu uma viabilidade maior dos transplantes. 

A administração conjunta de azatioprina, um agente antiproliferativo, e de prednisona, um glicocorticóide com potente efeito anti-inflamatório, foi utilizada por mais de duas décadas como um tratamento imunossupressor de manutenção. Nos anos 80, a ministração de ciclosporina, juntamente com azatioprina e prednisona, tornou-se o modelo dos tratamentos de imunossupressão de manutenção.  

Com o passar do tempo, substâncias mais eficazes foram produzidas e tornaram os transplantes em geral mais efetivos, diminuindo as taxas de rejeição e aumentando a expectativa de vida dos pacientes.

A fim de dar eficácia aos imunossupressores, é importante que os remédios sejam tomados seguindo estritamente a prescrição médica; não só nas quantidades, quanto na regularidade entre uma dose e outra e no período total de uso do fármaco. Além disso, o acompanhamento dos efeitos do remédio por um médico é essencial, para garantir o bem-estar do paciente, monitorando possíveis efeitos colaterais, bem como os indicadores fisiológicos que possam denotar qualquer reação adversa do paciente à medicação.

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